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Diretor critica governo e convoca Mauro Mendes para conhecer Hospital de Câncer

Foto: Divulgação

O diretor do Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCanMT), Laudemi Moreira Nogueira, fez um duro desabafo nesta segunda-feira (06), no lançamento da campanha “Outubro Rosa” ao apontar a falta de apoio financeiro do governo estadual e da prefeitura de Cuiabá. Ele convidou o governador Mauro Mendes (União) e o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) a conhecerem o hospital. A instituição atende em média 15 mil pessoas por mês.

Segundo Nogueira, o governo tenta transferir à instituição responsabilidades que são da gestão da saúde. “Hospital não faz dinheiro. Hoje o poder público tenta jogar no hospital a responsabilidade, não pela prestação do serviço contratado, mas pela solução do problema da saúde na área da oncologia em Mato Grosso. Nós somos prestadores de serviço”, afirmou.

Ele reforçou que a unidade sobrevive graças ao apoio da sociedade e de empresas parceiras, mas que os recursos são insuficientes diante da demanda crescente. De acordo com o diretor, a prefeitura de Cuiabá tem uma dívida de R$ 14 milhões com o hospital.

Referência no atendimento oncológico em Mato Grosso, a instituição  tem atuado no limite para manter os serviços. “Vai aqui uma mensagem ao vice-governador Otaviano Pivetta: venha conhecer o hospital, por favor. Ele não conhece, e acredito que, ao conhecer, sua impressão vai mudar. O governador Mauro Mendes também não conhece, nunca esteve aqui”, afirmou.

Outro ponto destacado foi o desequilíbrio do contrato atual com o estado. “O governo paga R$ 30 por uma consulta via tabela SUS, enquanto o hospital paga R$ 75 aos médicos. A conta não fecha. Depois dizem que o hospital não cumpre contrato, mas é mentira. Nós fazemos muito além do contratado”, declarou.

O gestor  ainda citou como exemplo os atendimentos de cintilografia, que chegam a 108% da meta prevista, e a iodoterapia, com 400% do contratualizado. “Eles não têm coragem sequer de pegar os dados que estão com eles. O hospital faz, mas precisamos de apoio”, reforçou.

A falta de repasses regulares coloca em risco a continuidade dos tratamentos. “Estamos falando de vidas. Não podemos esperar que a política venha depois da saúde”, afirmou. Ele destacou também que o hospital necessita de um contrato de R$ 11 milhões mensais com o governo, mas o valor assinado é de R$ 7,8 milhões  e, na prática, os repasses não passam de R$ 6 milhões.

Entre as principais reivindicações, está a compra de um terceiro aparelho de radioterapia, avaliado em R$ 15 milhões. Hoje, apenas dois equipamentos estão em operação, sendo que o mais antigo, adquirido com recursos próprios, já apresenta falhas técnicas.

Também é considerada urgente a implantação do serviço de medicina nuclear, igualmente estimado em R$ 15 milhões. Mato Grosso conta atualmente com apenas um equipamento desse tipo, que é considerado defasado, segundo o diretor.

Puxão de orelha

Presente no evento, a deputada Janaina Riva (MDB) disse ter entendido a cobrança como um “puxão de orelha” e prometeu buscar incluir no orçamento para o próximo ano recursos para o hospital e para compra dos aparelhos.

“Foi um puxão de orelha para dizer: ‘vocês estão lá não é para defender governo, mas para defender o povo de Mato Grosso. Então, façam a sua parte’. Foi assim que eu entendi e é isso que temos que fazer de acordo com as nossas possibilidades”, afirmou.

A deputada também criticou as prioridades de investimento do governo estadual. “Me indigna muito a gente ter uma roda-gigante no novo parque que custa mais do que os dois aparelhos que o Laudemir está implorando”, declarou.

No evento, também estavam presentes a deputada federal Gisela Simona (União) e o deputado estadual Faissal (Cidadania).
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