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PF vai investigar relação da JBS com lobista suspeito de venda de sentenças

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Redação

A Polícia Federal vai abrir uma nova frente de investigação para apurar a relação entre o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves e o grupo JBS, no caso que investiga a venda e o vazamento de decisões no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a PF aponta que Andreson, principal alvo do inquérito, afirmou em mensagens interceptadas que recebeu R$ 19 milhões para atuar em um processo ligado à empresa. As suspeitas envolvem ainda pagamentos da JBS ao escritório da advogada Mirian Ribeiro, esposa do lobista, identificados em relatórios do  Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

O lobista afirmou em um diálogo de 2020, segundo a PF, que o processo no qual atuava era ligado ao “pessoal do sr. Zé Mineiro”, em “referência a José Batista Sobrinho, fundador da JBS, maior empresa do setor de carnes do mundo e pai de Joesley e Wesley Batista”.

“A circunstância reforça que Andreson detinha acesso privilegiado a minutas de decisão no âmbito do Superior Tribunal de Justiça”, diz o relatório. A PF afirma que ele chegou a ter acesso à minuta de um voto da ministra Nancy Andrighi, antes que o conteúdo fosse público.

A JBS, ao ser procurada pela reportagem, declarou que “qualquer pagamento feito ao escritório da advogada se refere a honorários êxito ou pró-labore — em processos da empresa. Todos os serviços possuem efetiva comprovação nos autos desses procedimentos” e ressaltou que “o escritório não presta mais serviços para a JBS”.

A defesa de Andreson e Mirian não se manifestou ao jornal. O lobista cumpre prisão domiciliar em Primavera do Leste (MT), com uso de tornozeleira eletrônica.

A ministra Nancy Andrighi disse acompanhar “com perplexidade as denúncias” e afirmou confiar que as investigações “servirão para punir de forma exemplar os envolvidos”. O inquérito, sob relatoria do ministro Cristiano Zanin, tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e cita gabinetes de ao menos dez ministros do STJ, embora nenhum magistrado seja investigado.

O caso  é um desdobramento da morte do advogado Roberto Zampieri, em Cuiabá (MT), no fim de 2023. No celular da vítima, foram encontradas mensagens entre Zampieri e Andreson que indicam relações entre empresários, desembargadores de Mato Grosso e servidores do STJ.

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