Campanhas de prefeito e vereadores nas ruas
Este mês de agosto marca o start da campanha de 2024, pois a propaganda eleitoral dos candidatos e candidatas às prefeituras e câmaras de vereadores começa, nas ruas, sexta-feira que vem, dia 16. Essa data é posterior ao fim do prazo para o registro das candidaturas, que é quinta-feira (15). Já no rádio e TV o horário eleitoral estreia dia 30 de agosto e segue até 3 de outubro, às vésperas das eleições.
Para o nosso lado, o dos eleitores, agosto, portanto, sinaliza também a abertura do difícil e desafiador processo de escolha das pessoas que vão administrar a capital nos próximos quatro anos e nos representar no legislativo municipal. Cuiabá dá largada à campanha com cinco concorrentes a prefeito – Abílio Brunini (PL), Eduardo Botelho (União), Domingos Kennedy (MDB), Lúdio Cabral (PT) e Ricardo Tomaz (PCO) – e um número ainda não totalizado de postulantes à Câmara.
No caso da Câmara Municipal, os assentos passaram de 25 para 27 a partir deste pleito, porque, conforme a Constituição, em cidades com número de habitantes acima de 600 mil (Cuiabá tem cerca de 650 mil) a quantidade de vereadores pode chegar a 27. Outra novidade destas eleições municipais são as federações partidárias. Em Cuiabá são duas: uma formada pelo Cidadania e PSDB e outra pelo PT, PV e PC do B.
Pessoalmente, considerando os discursos e as informações dos candidatos a prefeito, além do conhecimento que tenho do perfil de alguns deles, elaborei um guia de prós e contras para ajudar na minha escolha entre dois concorrentes, visto que outros dois rejeitei de pronto. Meu guia pessoal tem dez frentes de observação: partido político, formação, BRT x VLT, mudanças climáticas, rio Cuiabá, Centro Histórico, morador de Cuiabá, ser laico, cultura cuiabana e histórico de realizações na cidade.
Conversando com uma amiga sobre essas áreas da capital que elegi como prioritárias para a atuação do futuro gestor, ela fez reparos às minhas escolhas, ponderando que Cuiabá demanda urgências na saúde, no saneamento, na educação, na segurança e no transporte público, setores mais carentes para a maioria dos cuiabanos. Concordei, mas pontuei que essas áreas formam o conjunto do ‘arroz com feijão’ que deve ser bem-feito no dia a dia pelo executivo municipal, figurando, portanto, como ação básica da gestão.
Lembrei ainda que essas áreas são apoiadas por programas, projetos e ações oriundos do governo estadual e do governo federal. Desse modo, devem ser priorizados, porém sem prejudicar frentes de trabalho igualmente importantes que refletem diretamente na qualidade de vida da capital e de seus moradores, como o calor extremo, os rios que abastecem a cidade e a área ambiental de Cuiabá, que já foi intitulada de ‘Cidade Verde’.
Gosto de eleições, fico animada quando acontecem. Nem sempre meus preferidos se elegem (aliás, isso está quase se naturalizando), mas não perco a esperança e renovo o entusiasmo para as disputas a cada dois anos. Na busca de mais conteúdo para meu guia pessoal de escolha de prefeito, recorri aos leitores, amigos e familiares cuiabanos pedindo os critérios que usam para seleção de prefeituráveis.
Entre as indicações deles estão: candidato deve possuir “perfil misto de honestidade e competência”; deve “apresentar propostas políticas que possam ser implementadas, com fonte de custeio indicada”; que tenha formação acadêmica, “apesar de que isso não forma caráter e nem fornece lucidez e outros valores fundamentais para a população”; e ser cuiabano não é um critério, “mas viver na cidade, de fato, sim”.
Quanto à escolha do vereador, essa é trabalhosa perante a quantidade e variedade de concorrentes às vagas, o que exige triagem redobrada. Por isso que, muitas vezes, a decisão pelo nome do vereador costuma ocorrer às vésperas das eleições. Nas redes sociais, candidatos novatos e veteranos vêm se apresentando aos cuiabanos já há uns meses para ganhar visibilidade, construir imagem, mostrar o que fez ou faz. Porém não custa lembrar que muitos eleitores não confiam nos postulantes midiáticos, aqueles com muita publicidade.
A exemplo do guia de prós e contras que fiz para escolher o prefeito, abri também um roteiro para filtrar mais rapidamente os nomes à vereança. Por enquanto, vou me basear nos mesmos dez itens que listei para prefeito, mas me dedicando ao quesito ‘formação’ do candidato a vereador, uma vez que Cuiabá precisa de representantes qualificados para legislar pela cidade.
Meus interlocutores apontaram também critérios para decidir o nome do vereador. A maioria deles apresentou “área de atuação” como um componente importante de escolha. Consideraram ainda que a pessoa deve ter “valores sociais” e “capacidade de negociação, além de ações voltadas à melhoria de vida da população”. Também deve apresentar “serviços prestados”. Ressaltaram que o cargo de vereador “permite arriscar mais porque o eleito será um entre tantos, e os embates podem ser importantes para que algo novo nasça dali”.
As eleições municipais são as mais próximas de nós, pois elegemos pessoas que moram e atuarão na nossa cidade. Olhos abertos, ouvidos atentos e checklist na mão a partir da próxima sexta-feira. Desse jeito, no dia 6 de outubro, estaremos aptos a responder à pergunta “E você vai com quem?”, como dizemos em bom cuiabanês. Viva a democracia!
* Os textos das colunas e dos artigos são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do eh fonte
Compartilhe
Assine o eh fonte
Tudo o que é essencial para estar bem-informado, de forma objetiva, concisa e confiável.
Comece agora mesmo sua assinatura básica e gratuita: