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A sabedoria popular

Mario Medeiros Neto*

 

Imagem: IA

Sou um apaixonado pela Feira do Porto (que pena que conseguiram descaracterizá-la, mas isso é papo para outra hora), e uma das coisas de lá que sempre me encantou foram as garrafadas.

Sempre foi um ritual automático sentar à sombra do arvoredo e tomar uma dose de garrafada antes de me esbaldar em costelas fritas, cozidas, peixes e rabadas da dupla Jubinha e Simone. Em especial o Nó-de-Cachorro.

Tem propriedades afrodisíacas, diziam os populares da Feira.

Sem ligar muito, eu tomava pelo sabor.

Até que um dia apresentei a garrafada para uma amiga professora, ela gostou e me contou que, na UFMT, já haviam sido feitos estudos que comprovavam tal propriedade da raiz pantaneira.

Não fui atrás da pesquisa para saber se realmente existe e se comprava tais fatos, mas acreditei, quem sou eu pra duvidar da sabedoria popular? E segui tomando meu nó-de-cachorro.

A sabedoria popular é fonte reconhecida de conhecimento, construída sobre décadas e séculos de conhecimento prático, preservação cultural e senso de comunidade.

Negar a sabedoria popular é negar o próprio conhecimento.

Nada mais arrogante do que, do alto de um título, ter a empáfia de dizer, eu sei o que é melhor para vocês.

Sobretudo quando esse título foi concedido justamente pelo voto direto e popular.

Afinal, quem tem medo da Democracia?

*Mario Medeiros Neto é advogado.

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