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Adriana Mendes

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Debate maçante em Cuiabá favorece emedebista

Os debates eleitorais normalmente são ignorados pelo eleitor porque são chatos. Nesta terça-feira, o debate dos candidatos à prefeitura de Cuiabá na TV Vila Real não foi diferente. Quem assiste a esses programas são as pessoas que gostam de política e acompanham o desempenho dos candidatos. Uma análise mais atenta do eleitor ocorre apenas na reta final da campanha.

No debate chamou a atenção a estratégia dos candidatos Eduardo Botelho (União), Lúdio Cabral (PT) e Abílio Brunini (PL) de direcionarem as perguntas para  Domingos Kennedy  (MDB), numa tentativa de evitar um confronto direto entre eles. O tempo maior de fala que ganhou por conta disso não foi desperdiçado pelo candidato.

Kennedy aproveitou a oportunidade para se apresentar como um empresário “gestor”. Ele não perdeu tempo em criticar a aprovação da Lei 746 na Assembleia Legislativa, que penalizou a capital mato-grossense ao alterar a distribuição do ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias). Em um momento chegou a ter “um branco” na memória, diante da variedade de temas que teve de abordar. E não perdeu a ocasião de anunciar que doará seu salário como prefeito caso seja eleito, o que é uma proposta demagógica.

Os processos dos candidatos na Justiça por esquemas de corrupção também foram levantados. Lúdio acusou Botelho de confessar crimes no Detran e junto à Construtora Nhambiquaras. Botelho, por sua vez, lembrou a aliança de Lúdio com o ex-governador Silval Barbosa, chamando-o de “criminoso”. O entrevero entre os dois rendeu um direito de resposta para cada lado.

De toda forma, Botelho procurou se ancorar no apoio do governador Mauro Mendes, seu maior aliado. Mas quando questionado por Abílio se apoiava a Lei da Pesca, proposta de Mendes, ele afirmou que é um defensor dos pescadores e que pretende derrubar a lei para que os profissionais voltem a trabalhar. Quem acompanhou todo o processo sabe que a postura do presidente da Assembleia foi em defesa do projeto.

Tentando demonstrar um novo comportamento, Abílio não deixou de lado, porém, seu tom provocativo: “nesta briga entre os dois, eu estou limpo”, afirmou. O candidato da direita ainda explicou que os adversários estavam em um “debate sangrento” por votos dos eleitores de esquerda. Abílio se apresentou como anticorrupção, mas foi lembrado de seus posicionamentos provocativos e recheados de mentiras na Câmara dos Deputados. Lúdio perguntou como ele colocaria em prática um plano de governo com “equilíbrio emocional”.

No geral, em grande parte do debate um candidato acusava o outro sem apresentar propostas concretas. De seu lado, Lúdio Cabral adotou uma estratégia de tom mais agressivo contra os adversários. O petista atacou, mas também levou troco. Como político experiente, posicionou-se como a opção para ser o primeiro prefeito médico de Cuiabá.

Nesse ‘mais do mesmo’, Kennedy, pela desenvoltura diante dos rivais, apesar de ser novato na política, levou vantagem porque ganhou mais visibilidade com o tempo no debate.

No mais, o programa foi marcado por muitas promessas e poucas propostas concretas. Comparado ao primeiro debate do Portal Primeira Página, este seguiu sem novidade, sem atrativo algum, uma chatice só. Vamos aguardar o próximo.

PS: Após o debate, foi divulgada a informação que a Justiça Eleitoral indeferiu a chapa do candidato Kennedy. A vice Miriam Calazans está com o título eleitoral cancelado. O candidato informou que pediu a substituição da vice.

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