Foto: Victor Piemonte/STF

O primeiro dia do julgamento de Jair Bolsonaro e aliados pelo golpe de 2022 no STF teve recados duros do relator Alexandre de Moraes. O ministro abriu a sessão afirmando que o objetivo de pacificar o país depende do respeito à Constituição e da aplicação das leis, “não havendo possibilidade de se confundir a saudável e necessária pacificação com a covardia do apaziguamento”. O ministro Luiz Fux adotou postura contida.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu a condenação de Jair Bolsonaro e outros sete réus na ação sobre a trama golpista. Segundo ele, não é necessária uma “ordem assinada pelo presidente” para caracterizar o crime, já que a ofensiva foi documentada pelos acusados. Gonet classificou o panorama da denúncia como “espantoso” e “tenebroso”, citando previsões de medidas de intervenção inconstitucionais e prisões ilegais.

A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, defendeu a validade da delação premiada e negou coação por parte da PF ou do ministro Alexandre de Moraes. As defesas de Bolsonaro e Braga Netto contestam a delação. Acusado de cinco crimes, Cid nega participação em atos golpistas e diz desconhecer o “Plano Punhal Verde e Amarelo”. 

Advogados de réus admitiram a provável derrota no STF e fizeram sustentações sem novidades. Alguns recorreram a elogios para tentar agradar ministros. O ex-senador Demóstenes Torres chegou a dizer que Flávio Dino poderia ser presidente da República, arrancando um sorriso do ministro.

A ministra Cármen Lúcia deu bronca no advogado Paulo Renato Garcia Cintra Pinto, defensor do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, para afirmar que o “processo eleitoral é amplamente auditável”. Atual presidente do TSE, a ministra demonstrou incômodo após o advogado mencionar as dúvidas levantadas por seu cliente sobre a lisura do sistema eleitoral brasileiro. (O Globo/Estadão SP)

Saiba aqui como foi o primeiro dia de julgamento (BBC)

Levantamento da Quaest mostra que a narrativa bolsonarista sobre o julgamento de Jair Bolsonaro no STF tem três vezes mais menções nas redes sociais do que as manifestações a favor de sua prisão. Entre 746 mil publicações analisadas, 64% foram contrárias à prisão, 19% favoráveis e 17% neutras. (Sonar/O Globo)

Centrão pressiona por anistia

O Centrão intensificou os gestos em defesa da anistia a Jair Bolsonaro para garantir seu apoio à candidatura de Tarcísio de Freitas em 2026. Deputados dizem reagir às críticas da família Bolsonaro, que cobra empenho real em tirá-lo da prisão. Tarcísio assumiu a linha de frente, com reuniões em Brasília com líderes como Hugo Motta (Republicanos) e Ciro Nogueira (PP). (Folha SP)

União e PP rompem com Lula

Os dois partidos anunciaram a entrega dos ministérios do Turismo e do Esporte, mas os titulares das pastas ainda não confirmaram se vão deixar os cargos. O Planalto, por sua vez, avalia como reagir à decisão que altera o equilíbrio político no governo. (Metrópole) 

Senado flexibiliza Lei da Ficha Limpa

O Senado aprovou um projeto que altera a lei da Ficha Limpa e muda a contagem do prazo de inelegibilidade. A proposta, que aguardava votação em plenário há um ano, na prática reduz o tempo de punição de políticos cassados: o período de oito anos passará a contar a partir da cassação, e não mais ao término do mandato para o qual foram eleitos. A mudança não afeta a situação do ex-presidente Bolsonaro, que permanece inelegível até 2030. O texto segue agora para sanção do presidente Lula. (G1)

Conselho de Ética abre processo contra Medeiros

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, Fábio Schiochet (União), autorizou a abertura de processo contra o deputado mato-grossense José Medeiros (PL) por declarações consideradas ofensivas e discriminatórias contra o deputado Ivan Valente (PSOL). A representação do PSOL aponta que Medeiros atacou pessoalmente o colega ao dizer que “os canalhas também envelhecem” e que ele “não produz nada, só destrói”. O partido sustenta que as falas configuram etarismo. Medeiros negou a acusação e afirmou que fez apenas uma constatação óbvia. (RDNews)

Foto: Rennan Oliveira/Prefeitura de Cuiabá

Marketing com garis em processo de demissão

O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini, anunciou nas redes sociais medidas para reduzir a exposição dos garis ao calor intenso, principalmente entre 10h e 14h. O chefe do Executivo, porém, não mencionou o número de prestadores de serviço demitidos e destacou apenas um “programa por etapa de rescisão de contratos”. Em nota, a prefeitura confirmou o desligamento de 116 funcionários devido ao fim do contrato com a empresa MD Terceirizados, mas não informou o total de demissões. Segundo o município, haverá uma reunião nesta quarta-feira com a Justiça do Trabalho para regularizar os direitos trabalhistas dos empregados. (eh fonte) 

Arquivado – Com 25 votos contrários e apenas dois favoráveis o pedido de abertura de uma Comissão Processante contra o prefeito Abilio Brunini (PL), que poderia levar à cassação por quebra de decoro na Câmara de Cuiabá. A solicitação, apresentada pelo PT, teve como base dois episódios recentes: ofensas a estudantes da rede pública e à professora da UFMT Maria Inês Barbosa, durante uma palestra. (Olhar Direto)

Vereadores protegendo aliados

Onze vereadores da capital assinaram uma proposta de emenda à Lei Orgânica que dificulta o processo de cassação na Câmara Municipal. O texto, de autoria de Denilson Nogueira (PP), visa aumentar as exigências para abertura de processos contra parlamentares. Defensores argumentam que a mudança trará estabilidade institucional; críticos veem risco à transparência e à fiscalização política. Veja aqui quem assinou.

Desembargador sugere CPI 

O desembargador Juvenal Pereira da Silva, do Tribunal de Justiça (TJMT), sugeriu que a Câmara pode abrir uma CPI para investigar possível quebra de decoro dos vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB). A recomendação foi feita em seu voto, que determinou o retorno dos parlamentares aos cargos após o afastamento em abril, quando foram alvo de operação da Polícia Civil. Juvenal ressaltou que a decisão não reduz a “gravidade concreta dos fatos investigados” e destacou que outras medidas cautelares seguem em vigor. (MidiaNews)

Foto: SES-MT

Falta de remédios na farmácia de alto custo

Pacientes que dependem da farmácia de alto custo em Mato Grosso enfrentam dificuldades para manter seus tratamentos por causa da recorrente falta de medicamentos, sem previsão oficial para a regularização do fornecimento. A idosa Maria da Conceição de Sousa, 73, está há três meses sem o Risanquizumabe, usado contra psoríase e avaliado em R$ 30 mil. Já Rozinei Kopsel, 51, de Colíder, teve o tratamento oncológico interrompido e precisou viajar às pressas a Cuiabá para conseguir o Pembrolizumabe, que custa mais de R$ 27 mil. (Gazeta)

Leia o QRCODE ou copie a chave pix: 48.890.006/0001-08

Meio Ambiente

Foto: Marcos Vergueiro/Secom-MT

Medidas contra calor extremo

A Assembleia Legislativa (ALMT) aprovou a lei que cria o Plano de Contingência para ondas de calor, acionado sempre que a temperatura ou sensação térmica ultrapassar 40 °C. Entre as medidas previstas estão a ampliação do horário de funcionamento dos centros de assistência social, abertura de tendas com água e ventilação em pontos estratégicos das cidades e distribuição de kits de proteção. O plano também inclui a climatização de todas as escolas públicas do estado e a criação de linhas de crédito subsidiadas para que famílias de baixa renda comprem ventiladores e ar-condicionado. (ALMT)

A capital registrou ontem temperatura de 40,9 °C e se tornou a cidade mais quente e seca do Brasil, com apenas 13% de umidade relativa do ar (Inmet).

Economia

Foto: IA

Economia brasileira perde fôlego

O PIB brasileiro cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2025, levemente acima da previsão de 0,3%, somando R$ 3,2 trilhões em valores correntes. O resultado foi puxado pelo setor de serviços, responsável por quase 70% da economia. Apesar disso, houve desaceleração em relação ao avanço de 1,3% no primeiro trimestre, reflexo da alta dos juros pelo Banco Central para conter a inflação. Economistas já projetavam a perda de fôlego, com o impacto da supersafra de soja no primeiro trimestre e o crédito mais caro. (O Globo)

Análise – A agropecuária segue impulsionando a economia, com alta de 10,1% no segundo trimestre de 2025 frente a igual período de 2024, segundo o IBGE. O resultado reflete a safra recorde de grãos, estimada em 340,5 milhões de toneladas, 16% acima do ano passado. A pecuária também bateu marca histórica, com 14,9 milhões de toneladas de carne produzidas no semestre. O setor cresceu bem acima do PIB nacional, que avançou 2,5% no mesmo período. (Folha SP)

Otimismo cauteloso no agro

O Itaú BBA aposta em bioenergia e pecuária, mas mantém cautela em grãos, onde a demanda por crédito deve ser menor. Produtores com faturamento acima de R$ 5 milhões concentram 40% da carteira do banco no agro. Já a onda de recuperações judiciais preocupa, com casos antes restritos a Mato Grosso se espalhando pelo país. A estratégia é monitorar operações e ser seletivo em novos clientes. 

ONGs europeias criticam o fim da moratória da soja, alertando para risco de mais desmatamento na Amazônia e perda de competitividade do Brasil. A organização Fern, de Bruxelas, afirma que a mudança favoreceria EUA e Argentina na disputa pelo mercado europeu. (Estadão SP)

Navios dos EUA no Caribe

Os EUA divulgaram imagens de navios de guerra enviados ao Caribe, próximos à Venezuela. As embarcações podem lançar mísseis e operar canhões. Enquanto Trump fala em combate ao narcotráfico, Maduro acusa Washington de preparar uma invasão. 

Militares norte-americanos atacaram uma embarcação no Caribe nesta terça-feira (2). Trump divulgou um vídeo do ataque.  Segundo o governo dos EUA, o barco estava carregado com drogas e 11 pessoas morreram. (G1)

Foto: Logan Goins/Marinha dos Estados Unidos

Cotidiano

Morre ex-presidente do TJMT

Oscar César Ribeiro Travassos, ex-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), faleceu no Rio de Janeiro aos 97 anos. O desembargador aposentado morreu por causas naturais e será velado e sepultado na capital fluminense, onde residia. Travassos foi promotor de Justiça, presidiu a Associação Mato-Grossense de Magistrados (AMAM) e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), além de ter comandado a Secretaria de Segurança Pública no governo Júlio Campos. Também exerceu mandato de deputado federal entre 1991 e 1995.