Governo quer mais prazo, mas erosão no Morro de Santo Antônio exige ações imediatas

Foto: Isabella Nascimento
Por Isabella Nascimento*
A abertura de uma estrada pelo governo estadual no Morro de Santo Antônio, sem a devida licença ambiental, expôs o solo da unidade de conservação, desencadeando processos de erosão que ameaçam a segurança dos visitantes. Notificada pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) apresentou um projeto inicial para conter a erosão, mas solicitou 40 dias adicionais para a elaboração do projeto executivo. Enquanto isso, Policiais Militares permanecem de plantão para impedir o acesso de turistas às trilhas.
Um relatório técnico elaborado pelo engenheiro florestal José Guilherme Roquette confirmou os riscos à segurança e ressaltou a rápida evolução dos processos erosivos em razão do período chuvoso e da ausência de medidas de proteção do solo. Roquette mencionou que, embora a Sinfra tenha apresentado um plano de controle, este foi constituído basicamente por obras de drenagem das águas pluviais, o que é insuficiente para conter a desagregação do solo.
Além disso, ele destacou que com o prazo de 40 dias solicitado para conclusão do projeto executivo, deve demorar pelo menos 30 dias para ser iniciada alguma intervenção, sendo que é necessário medidas emergenciais
A unidade de conservação permanecerá fechada por 120 dias, com possibilidade de prorrogação. A decisão foi tomada após inspeção que, na ocasião, constatou a ausência de sinalização adequada e estruturas de apoio, além da presença de solo exposto, pedras e rochas em áreas degradadas. Fatores agravados pela abertura da estrada, que conferem riscos à segurança dos pedestres.
A situação já resultou em acidentes, como o de Joelma Pimentel, que sofreu escoriações no braço e uma fratura no nariz ao cair no local no início de janeiro. Além da presença policial, o governo instalou barreiras físicas e sinalizações proibindo o acesso.
*Sob supervisão de Adriana Mendes
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