Presidente do Ibama diz que ‘irá atrás’ onde tiver garimpo ilegal em MT

Foto: Ibama
Por Adriana Mendes
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou em Cuiabá nesta quarta-feira (1º) que garimpeiros ilegais retirados da Terra Indígena Sararé, a 483 km da capital, já migraram para outras áreas de Mato Grosso, o que preocupa as autoridades ambientais. No mercado nacional, o grama do ouro 24K está cotado em média por R$ 650, alta de 40% em um ano.
“Nossa estrutura é pequena e às vezes demora um pouco para chegar, mas conseguimos monitorar os garimpos com imagens de satélite quase em tempo real. Onde eles estiverem degradando a natureza, nós vamos atrás para combater”, garantiu Agostinho. O Ibama ainda não tem um balanço do número de equipamentos destruídos e de garimpeiros ilegais que deixaram a terra indigena.
Em reunião com fiscais do estado, o chefe do Ibama destacou que o garimpo ilegal segue como uma das infrações ambientais mais críticas. “O garimpo destrói os rios e contamina a água com mercúrio. Para a população de Mato Grosso, a qualidade do peixe é fundamental, já que é uma importante fonte de proteína. Além disso, é uma atividade altamente rentável apenas para os donos, que não pagam impostos e utilizam mão de obra análoga à escravidão”, afirmou.
O ouro, além de valorizado no mercado financeiro e em joias, é insumo estratégico para a indústria de eletrônicos, usado em peças de computadores e celulares por não oxidar e garantir eficiência nas conexões elétricas.
Uma das principais preocupações dos fiscais é a duração da operação em Sararé, que começou em agosto e sem prazo para terminar. A retirada dos garimpeiros foi determinada pela Justiça Federal em ação de desintrusão, conduzida pelo Ibama em parceria com a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Funai, Força Nacional, Gefron, além das polícias Civil e Militar de Mato Grosso e Goiás.
“A migração de Sararé para a região de Aripuanã já é uma realidade. Em Sararé houve uma diminuição drástica, o que é positivo. Mas preocupa o prazo dessa ação. Ficamos temerosos de ter que assumir sozinhos a continuidade”, alertou Cláudio Broilo, chefe de fiscalização do Ibama em Mato Grosso. O novo terrítório está localizado a mais de 800 km de distância da terra indígena de Sararé.
Desmatamento
O presidente do Ibama também chamou atenção para o avanço do desmatamento no estado. “Mato Grosso é um estado gigantesco, que envolve três biomas: Cerrado, Amazônia e Pantanal. É uma região riquíssima em biodiversidade, mas também a que mais desmata no Brasil, tanto ilegalmente quanto de forma legal, em volumes muito grandes a cada ano”, pontuou.
Questionado sobre a parceria entre União e governo estadual, ele avaliou que a integração existe, mas precisa ser reforçada. “Há muita crítica, mas o governo de Mato Grosso tem atuado junto com o Ibama. Ainda assim, é preciso intensificar esse enfrentamento, porque os crimes ambientais avançam com velocidade”, afirmou.
SamuVet
Mato Grosso recebeu o primeiro SamuVet do país, uma unidade móvel de atendimento veterinário para animais silvestres. O veículo, entregue pelo Ibama à Sema-MT, será usado em incêndios, enchentes e outras emergências ambientais. Inicialmente, ele ficará com base na região da Transpantaneira, em Poconé.
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