Jornalismo & Eleições
É comum hoje em dia as pessoas dizerem que preferem ficar com as suas ‘informações’ e suas ‘verdades’, ao criticarem o jornalismo. Pode-se achar até natural esse pensamento, considerando o mundo atual, que é caracterizado por transformações rápidas e informações chegando de todos os meios e lados de modo avassalador.
No entanto, é por isso mesmo que o cidadão deve ficar mais atento aos princípios da veracidade, isenção e objetividade das notícias e informações que recebe e consome por meio das plataformas digitais, redes sociais e dos meios de comunicação institucionalizados, inclusive.
Informado de forma qualificada, ele efetivamente construirá sua realidade, atuará no campo de trabalho, conduzirá sua vida e de sua família e analisará cenários diversos, até mesmo o eleitoral.
Recorro a uma outra frase do dia a dia – ‘ninguém está acima do bem e do mal’ – para reforçar que nem o cidadão, comum ou investido de poder; nem as mídias, de forma geral, podem sair por aí apregoando condutas, escolhas, crenças religiosas e costumes, entre outras referências inerentes à existência humana, como verdades absolutas.
Partindo disso, recorto, na sequência, pontos do jornalismo e das eleições, visto que, em Cuiabá, e em algumas outras cidades do país, elas ocorrerão em segundo turno domingo (27). Também porque nunca é demais afirmar que tanto o jornalismo quanto as eleições livres estão umbilicalmente ligados à democracia.
Nas pesquisas eleitorais, uma das perguntas que se responde é a seguinte: Como você se identifica politicamente? Esquerda, centro-esquerda, centro, centro-direita, direita. Ou seja, pede-se ao respondente que se encaixe em uma dessas vertentes ideológicas, normalmente centradas em grupos – conservadores, progressistas ou neutros – e representadas nos partidos políticos.
Quando se relaciona tais posicionamentos políticos à infinidade de meios jornalísticos que o cidadão dispõe para se informar, percebe-se, então, que ele seleciona aqueles com os quais mais se identifica pela linguagem, ou formato da notícia, mas, essencialmente, pelo reconhecimento da linha editorial política daquele canal de comunicação.
Assim, nesse ponto, há um encontro entre o jornalismo e as eleições, pois o cidadão buscará informações eleitorais naqueles meios de comunicação, digitais ou tradicionais, que vão ao encontro de sua perspectiva ideológica. Convém frisar que, no geral, os veículos também externam serem conservadores, progressistas ou neutros nas suas linhas editoriais. Todavia, no jornalismo, ser isento, neutro, é o ideal.
Já o cidadão tem ao seu dispor uma enorme diversidade de meios e pode escolher se informar em vários deles. Todavia, uma parcela considerável da sociedade não aproveita a pluralidade de conteúdo a que tem acesso e se liga somente nos canais – a maioria amadores – alinhados ao seu posicionamento político, descartando principalmente a imprensa profissional.
É nesse contexto que, nos tempos atuais e, principalmente, em épocas de disputas políticas, sobressaem as redes sociais, especialmente o WhatsApp, com grupos e simpatizantes políticos circulando informações (muitas fake news) de seu interesse e de suas preferências partidárias. É preciso muita calma nessa hora!
Talvez esteja aí uma das razões que ajudam o fomento da polarização política que se aguça principalmente nas eleições. Como se vê em Cuiabá, neste segundo turno, com a disputa entre Lúdio Cabral (PT) e Abilio Brunini (PL). O antídoto para se proteger nessas situações é estar bem-informado por fontes qualificadas e profissionais.
De todo modo, ao atribuir seu voto domingo (27), lembre-se que ‘somos prisioneiros das consequências dos nossos atos’. Por esse motivo, faça um ‘pente fino’ nessa quantidade de meios digitais, ou tradicionais, em busca de notícias verdadeiras, isentas, objetivas sobre os candidatos e o pleito em si, para formar sua convicção de voto.
Particularmente sigo defendendo Cuiabá e meus conterrâneos com um voto consciente e a favor da civilidade, da cordialidade, da tolerância, da competência e da democracia.
Bom 2º turno para nós!
*Os textos das colunas e dos artigos são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do eh fonte
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