MT é o pior do Centro-Oeste em transparência

O Índice de Transparência e Governança Pública 2025 revelou que Mato Grosso obteve 75 pontos, a pior posição entre os estados do Centro-Oeste. A média regional (82,7) ficou acima da nacional (69,8), puxada por Goiás (93 pontos, 2º lugar no país) e Distrito Federal (85, 5º lugar). O levantamento aponta que Mato Grosso divulga apenas parcialmente informações sobre obras públicas, emendas parlamentares e licenças ambientais.
O índice avaliou 106 critérios e atribuiu notas de 0 a 100 aos estados, classificados em cinco faixas: ótimo, bom, regular, ruim e péssimo. No ranking geral, Mato Grosso ficou em 13º lugar. Apesar de alguns avanços em governança, os piores critérios avaliados foram os de legislação e de dados.
Segundo Amanda Faria Lima, coordenadora de Integridade e Governança Pública na Transparência Internacional – Brasil, a ausência de normas cruciais como prevenção de conflitos de interesse e vedação ao nepotismo , fragiliza o combate à corrupção e a transparência.
Mato Grosso também não possui um plano de dados abertos, que defina bases prioritárias, cronogramas e responsáveis pela divulgação. “Sem planejamento de quais bases serão públicas, quando e sob responsabilidade de quem, fica muito difícil fortalecer a transparência”, afirmou Amanda Lima à coluna.
O estado está ainda entre os que não disponibilizam informações completas sobre obras públicas e licenças ambientais. No site da Sinfra, por exemplo, há dados sobre a execução e localização, mas não há detalhamento da execução financeira, tampouco acesso a notas fiscais.
Por outro lado, Mato Grosso teve melhor desempenho nos critérios de plataformas, administração e governança. O estudo destacou como pontos positivos a existência de um plano de prevenção e combate à corrupção, a divulgação das estatísticas anuais das atividades correcionais e a publicação do Diário Oficial em formato aberto.
Já na participação cidadã, o estado segue em defasagem: não conta com um conselho de transparência e combate à corrupção com participação social, nem com o conselho de usuários do serviço público, previsto na Lei de Defesa do Usuário de 2017.
Os dados que embasam o índice foram coletados em sites oficiais e redes sociais dos governos estaduais. Conforme a metodologia da Transparência Internacional – Brasil, cada governo recebeu uma versão preliminar de sua avaliação e pôde contestar ou ajustar informações antes da publicação.
Com os dados à mão, cabe agora ao governo de Mauro Mendes transformar diagnósticos em ação. A pior colocação no Centro-Oeste em transparência é um alerta de que avançar na abertura de informações públicas deixou de ser opção, é uma necessidade.
Ranking nacional
Entre os melhores colocados estão Espírito Santo (95), Goiás (93), Minas Gerais (89), Ceará (89), Distrito Federal (85) e Alagoas (81), todos na faixa ótimo.
Na outra ponta, aparecem Sergipe (51), Piauí (51), Acre (50), Roraima (48) e Amapá (47), classificados como regular.
Em 2025, nenhum estado recebeu as notas mais baixas, que corresponderiam às faixas ruim ou péssimo.

Fonte: Transparência Internacional
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