COLUNA

Regina Alvarez

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Análises e informações sobre o dia a dia da economia e como ela afeta o seu bolso.

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Os juros básicos e seus efeitos sobre a vida das pessoas

Há poucos dias, o Banco Central fez mais um movimento, o terceiro consecutivo, para reduzir a Selic, a taxa básica de juros. Agora os juros básicos estão em 12,25% ao ano. Ainda são os maiores do mundo, mas a queda é muito bem-vinda e explico a razão.

A taxa básica de juros afeta todos os segmentos da economia e também a vida das pessoas. O consumidor de classe média que faz dívidas para adquirir um bem, o trabalhador que não consegue fechar as contas do mês e precisa recorrer a um empréstimo ou parcelar a fatura do cartão de crédito, ou aquele que sonha com a casa própria e depende de um financiamento. Todos eles têm algum alívio quando os juros caem de forma contínua.

A Selic é usada pelo Banco Central para manter a inflação sob controle, mas quando os juros ficam altos por um período muito longo o efeito colateral é perverso, pois impede o crescimento da economia.

Com a inflação em queda e as contas públicas mais organizadas, o BC finalmente se convenceu de que não seria necessário, nem razoável, manter a taxa básica de juros num patamar tão elevado. Assim, a partir de agosto, deu início a uma trajetória de redução desses juros.

Embora as taxas dos empréstimos, do cheque especial e do cartão de crédito continuem nas alturas, porque outros fatores, como o risco de crédito, afetam essas operações, quando a taxa básica de juros cai a tendência natural é que o crédito ao consumidor e em geral seja ampliado e fique mais barato. Cria-se, assim, um círculo virtuoso, que se bem administrado e bem ancorado pela política econômica do governo – que precisa manter a inflação sob controle – resultará em crescimento econômico.

Com a redução dos juros da dívida pública, influenciados pela Selic, o governo também ganha, porque poderá destinar mais recursos para áreas essenciais como saúde, educação e investimentos em infraestrutura. Se caem os custos de financiamento, os empresários terão mais condições de ampliar a produção e impulsionar as vendas. E o consumidor terá acesso a mais produtos e serviços com preços mais baixos.

Por tudo isso, a queda contínua dos juros é boa notícia! Inflação controlada e juros mais baixos são determinantes para que o país volte a crescer com vigor.

É claro que temos pela frente outros desafios a serem superados para que esse objetivo se concretize. Será preciso manter as contas públicas equilibradas, com sinalização clara de que é possível reduzir o déficit e a dívida pública, assegurando, por outro lado, os investimentos necessários para alavancar a economia.

Há fatores sobre os quais o governo não tem controle, como as incertezas externas, onde incluo o conflito no Oriente Médio e o risco de envolvimento de outros países. E, finalmente, a relação delicada do governo com o Congresso é um fator de risco para o equilíbrio das contas públicas e pode afetar o crescimento econômico.

É um caminho árduo a ser percorrido até que o país consiga voltar a crescer de forma contínua e sustentável, reduzindo a pobreza e a desigualdade, mas cada decisão, cada passo nessa direção deve ser comemorado. Porque no final das contas, melhorar a vida das pessoas é o que importa.

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