COLUNA

Margareth Botelho

margarethb@ehfonte.com.br

Escreve sobre atualidades, cotidiano, sentimentos e pessoas.

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Pecado eleitoral

Enquanto pré-candidatos às eleições de outubro fazem rotineiras costuras em reuniões a portas fechadas, lideranças no Congresso planejam “novidades” para esquentar ainda mais a corrida em busca de votos.

Em suposta tranquilidade, garantida principalmente por um Fundo bilionário que dará aos partidos R$ 4,9 bi, políticos levantam bandeiras que, há um tempinho, já deveriam constar na legislação eleitoral.

Veto à reeleição e duração de mandatos são temáticas que vêm sendo retiradas das gavetas cheias de poeira do Congresso. Na contramão dessa história, que se repete a cada dois anos e paralisa o país, se acumulam inúmeras pautas sociais. Faltam saúde, educação, comida e trabalho, entre outras necessidades.

Em Mato Grosso, por exemplo, o que vem sendo feito efetivamente? Temos 67,8 milhões de pessoas em situação de pobreza e 12,7 milhões em extrema pobreza (informações de 2022). As estatísticas mostram que houve uma redução, ainda insuficiente para dar esperança à população esquecida por governantes.

Então o que seria preferência do povo, embora sem direito de escolha: aumentar mandato de senador para dez anos, de deputado federal para cinco anos, assim como de governadores e prefeitos?

Na esteira do debate está ainda a coincidência dos pleitos federal, estadual e municipal. Ir às urnas a cada dois anos é considerada uma afronta àqueles que não têm o que comer, vivem nas ruas ou em barracos insalubres na periferia e estão desempregados.

Aos olhos da população em geral trata-se de um disfarce para cobrir custos e a “tradicional” farra nos cofres públicos. No país afora se vê muito dinheiro envolvido em inúmeros projetos, mas a maioria já está paralisado, sustentando o modelo decadente de se governar.

O valor bilionário do Fundo Eleitoral para as campanhas de 2024 vai expor a sangria política, deixando no ar inúmeras desconfianças. O presidente Lula, na proposta inicial, sugeriu R$ 939,3 milhões e acabou cedendo às pressões e manobras de congressistas do Centrão. Ao final das discussões, o Fundo foi fixado em R$ 4,9 bilhões.

Então o que esperar da eleição de outubro, diante de jogadas nefastas dos políticos? Lula, de volta à presidência da República, vai comandar as articulações de seu partido e aliados para eleger prefeitos e vereadores em todo o país. Analistas políticos avaliam que os partidos maiores estão em vantagem, pois poderão gastar mais nas campanhas.

A divisão dos bilhões segue a representação dos partidos no Congresso. Por conta disso, será calculada de forma proporcional à quantidade de cadeiras ocupadas pelas siglas.

Simulações mostram que o valor destinado a cada agremiação aponta polarização entre o PT do presidente Lula e o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro. Será 2022 de novo, outra vez… hã?

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