COLUNA

Adriana Mendes

adrianam@ehfonte.com.br

Informações de política, judiciário e meio ambiente.

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Um debate sem debate

Foto:Isabella Nascimento

 

Em um debate no qual os candidatos precisavam controlar seu próprio tempo e se movimentarem no palco, tanto Lúdio Cabral (PT) quanto Abílio Brunini (PL) mostraram-se desconfortáveis, no início, e não souberam explorar o formato. Abílio até tentou se apresentar mais calmo no começo, pedindo desculpas por não responder uma pergunta do adversário, mas logo perdeu o controle e chamou Lúdio de “mentiroso”.

A mudança de tática de Abílio foi evidente, mas, ao mesmo tempo, “não colou”. No segundo bloco, durante a discussão sobre saúde, o candidato criticou Lúdio e cobrou fiscalização na saúde pública, chamando o médico de “covarde” e “omisso”, além de acusá-lo de fugir durante a pandemia. Lúdio, por sua vez, destacou que nunca levou celular para filmar seu trabalho e postar no Instagram.

Mesmo tentando se mostrar controlado, Abílio dava sinais de nervosismo. Mudou novamente sua estratégia, optando por despejar todas as suas propostas e gastar todo o seu tempo, o que deixou a dinâmica arrastada e entediante. Justificou que o adversário teria tempo para apresentar suas próprias propostas. Lúdio, por sua vez, criticou a decisão de Abílio de fugir do debate e o chamou várias vezes de “bobo da corte”.

Lúdio lamentou a tática adotada, ressaltando que isso não ajudou em nada na decisão do eleitor indeciso. No fim, o debate se transformou em um programa eleitoral. Infelizmente, debates desse tipo, devido às estratégias adotadas, acabam não ajudando o eleitor a comparar as propostas.

Abílio se vangloriou de ter apresentado propostas, mas o fez de forma apressada, como se fossem as únicas e melhores opções. Isso pegou mal, mostrando despreparo e imaturidade. No final, ele chegou a dizer que “deixou de lado a briga”. Lúdio afirmou que se esforçou, mas também não conseguiu escapar das amarras de um debate que, na prática, não aconteceu por conta do seu opositor.

Mais uma vez o eleitor sai prejudicado, perdendo a chance de aprofundar sua convicção de voto. Isso, é claro, se não abandonou o ‘debate sem debate’ antes do seu final.

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