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Adriana Mendes

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Fávaro fará mudanças no 2º escalão da Agricultura

Articulações estão sendo feitas para mudanças no segundo escalão do Ministério da Agricultura no início de 2024. O número 2, Irajá Lacerda, secretário-executivo, e Carlos Goulart, secretário de Defesa Agropecuária, irão deixar os cargos. Nos bastidores, o trabalho dos dois vem sendo criticado.

Empresas do setor frigorífico, encabeçadas pela JBS, pediram a saída de Goulart, e o ministro Carlos Fávaro (Agricultura) aceitou. A reclamação é que Goulart dá mais atenção ao setor de proteína vegetal (grãos), demora para resolver pendências e não soube gerenciar com eficiência o sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), que é de sua responsabilidade.

Irajá se desgastou na secretaria-executiva e é apontado como ‘figurativo’. O atual secretário-executivo chegou ao cargo após chefiar o gabinete de Fávaro no Senado. Na última eleição, concorreu a uma vaga de deputado federal pelo PSD em Mato Grosso, mas não se elegeu. Interlocutores falam que existe a possibilidade de ele se candidatar a prefeito em Cáceres, em 2024, mas isso dependeria de outras articulações. Saindo do ministério, Lacerda  deve ir para a BB Tecnologia, uma subsidiária do Banco do Brasil.

O cargo  de secretário-executivo já foi reivindicado por Gilberto Kassab, presidente do PSD. O assunto está sendo discutido com o presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, Pedro Lupion (PP-PR).

Quem chega com moral ao ministério é Neri Geller (PP-MT), recém-nomeado secretário de Política Agrícola. Geller tem boa interlocução com o PT e é apontado como um “executor de qualidade”. No entanto, demorou quase um ano para conseguir ser nomeado. A atual secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, resistiu na nomeação, lembrando que Geller tinha sido preso pela PF, em 2018, na Operação Capitu.

O caminho do ex-ministro foi aberto após reverter na Justiça Eleitoral a cassação de seu mandato de deputado federal, fato que o impedia de integrar o governo petista.

Ao lado de Fávaro e Carlos Augustin (o Teti, assessor especial), Geller é a peça da “trindade” que ajudou a ampliar os votos de Lula na eleição de 2022. O mega produtor Blairo Maggi articulou nos bastidores.

Em um estado onde a maioria da população votou no ex-presidente Jair Bolsonaro e que tem parte do agro resistente a Lula, Geller tem a missão de conseguir uma real aproximação do setor com o atual governo. Esse é um ponto crucial que Fávaro não conquistou no primeiro ano à frente do Ministério da Agricultura.

PS:  Após a publicação da coluna,  a assessoria do Ministério da Agricultura divulgou nota negando mudanças na pasta no início de 2024 . O texto ressalta que os dois secretários desempenham um “trabalho de competência e qualidade”.

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