O ECA se aplica aos bebês reborn?

Mario Medeiros Neto*

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Claro que não! Simples assim. Na primeira frase. Não!
Esta discussão sequer existe. Mas eu poderia falar que muita gente questionou isso e tecer linhas e linhas vazias aqui, atrás do meu real interesse, o tal do engajamento.
Este texto não é sobre Direito, o Estatuto da Criança e do Adolescente ou sobre os bonecos super realistas que estão, pelo menos nas redes sociais, na moda. É sobre esta tática de atrair engajamento.
Ao levantar uma falsa polêmica sobre o assunto do momento, a única intenção é atrair o seu engajamento, trazer você pra clicar e talvez até ler o texto (isto é o que menos importa na maior parte das vezes).
Quem sabe até me seguir e aumentar o meu número de seguidores.
E o que eu ganho com isto? Números. Tamanho. Relevância.
E é aí que mora o busílis. Esta é a nova régua da qualidade, do sucesso.
Cargos, atenção, relevância, contratos, dinheiro, são destinados a quem tem mais engajamento.
Esta semana vimos, ainda que culposamente, um espetáculo bizarro na CPI das Bets.
E a depoente conseguiu o que mais queria, visibilidade. Quem nunca ouviu falar dela, esta semana ouviu.
É a máxima de sempre, mais forte do que nunca, falem mal, mas falem de mim.
E sabe o que é pior, você também chegou até aqui atraído pela falsa polêmica do título.
*Mario Medeiros Neto é advogado.
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