Banner
Banner

Consórcio do BRT revela prejuízo de R$ 35 milhões e alerta para judicialização

Após o governador Mauro Mendes sinalizar a possibilidade de romper o contrato com o Consórcio Construtor do BRT, as empresas responsáveis pela obra em Cuiabá afirmaram que ainda buscam uma solução para seguir no empreendimento, mas classificaram como “impossível a execução do cronograma original” devido a sucessivos entraves no projeto. Segundo o consórcio, os problemas enfrentados já resultaram em um prejuízo de R$ 35 milhões.

Em nota divulgada nesta sexta-feira (31), as empresas Nova Engevix Engenharia e Heleno & Fonseca Construtécnica S.A  informaram que há mais de 15 dias estão negociando com a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) para encontrar uma “saída equilibrada” e evitar novos impasses. “Caso contrário, ônus adicionais serão inevitáveis para todas as partes — desde empresas, Estado e população”, afirma o consórcio, alertando para as consequências de uma possível rescisão contratual.

“A judicialização poderia resultar em mais atrasos, aumento dos custos e impactos financeiros tanto para o poder público como para as empresas envolvidas, incluindo honrar os pagamentos a fornecedores locais”, diz o texto.

As empresas voltaram a reafirmar que a obra foi impactada por fatores externos, como falhas no anteprojeto, mudanças frequentes no traçado e disputas políticas. “Não há mágica possível para entrega dentro do prazo estabelecido originalmente se, até janeiro de 2024, o consórcio esteve impossibilitado de executar quase 85% das obras por conta de uma verdadeira guerra política entre o governador Mauro Mendes e o prefeito Emanuel Pinheiro”.

Por fim, o grupo reforça que sua atuação no projeto segue critérios técnicos e contratuais, e defende uma solução negociada para evitar o agravamento da crise.

“Desde o início do processo, a solução negociada é de conhecimento do próprio governador Mauro Mendes, que ressaltou em recente entrevista a importância de buscar uma alternativa responsável para não onerar ainda mais o Estado e prejudicar a população”, finaliza a nota, destacando que as empresas são “sérias” e trabalham com “rigor técnico e respeito às normas legais e aos contratos estabelecidos”.

Leia a nota do Consórcio na íntegra:

Diante do surgimento de diversas narrativas, as integrantes do Consórcio Construtor BRT Cuiabá vêm a público para restabelecer a verdade dos fatos. O Consórcio está há mais de quinze dias em negociação com a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso (SINFRA) para a construção de uma alternativa sustentável e juridicamente segura referente à linha BRT que liga Várzea Grande e Cuiabá.

 O contrato original sofreu alterações substanciais ao longo da execução, impactado por fatores externos alheios às empresas responsáveis pela obra — tais como problemas na origem do anteprojeto, mudanças frequentes no traçado e disputas políticas entre governo do Estado e prefeitura de Cuiabá. Além de tornar impossível a execução do cronograma original, esses entraves acarretaram prejuízos financeiros que já somam R$ 35 milhões.

Não há mágica possível para entrega dentro do prazo estabelecido originalmente se, até janeiro de 2024, o consórcio esteve impossibilitado de executar quase 85% das obras por conta de uma verdadeira guerra política entre o governador Mauro Mendes e o prefeito Emanuel Pinheiro. Esse fato foi resolvido na Justiça a partir da liberação das obras em 28 de janeiro de 2024. No entanto, os entraves seguiram: mudanças no projeto das estações, do Centro de Controle Operacional (CCO), no terminal Várzea Grande, no projeto de macrodrenagem da região da Prainha, sem contar a licença para o trecho de Coxipó que foi emitida apenas no início de 2025, mais de 800 dias após o início do contrato.

Diante disso, o Consórcio BRT busca um acordo equilibrado, de modo a evitar novos impasses. Caso contrário, ônus adicionais serão inevitáveis para todas as partes — desde empresas, Estado e população. A judicialização poderia resultar em mais atrasos, aumento dos custos e impactos financeiros tanto para o poder público como para as empresas envolvidas, incluindo honrar os pagamentos a fornecedores locais.

Desde o início do processo, a solução negociada é de conhecimento do próprio governador Mauro Mendes, que ressaltou em recente entrevista a importância de buscar uma alternativa responsável para não onerar ainda mais o Estado e prejudicar a população. E é este bom senso que o Consórcio vem trabalhando nas dezenas de reuniões que estão ocorrendo na SINFRA. 

O Consórcio é formado por empresas sérias, que conduziram grandes obras de infraestrutura no país, sempre com rigor técnico e respeito às normas legais e aos contratos estabelecidos. E não tem sido diferente no caso do BRT Cuiabá. Por isso, a importância de restabelecer, com clareza e transparência, a verdade dos fatos — para que seja possível cumprir as obrigações possíveis e resultar em um desfecho que resguarde o interesse público.

Compartilhe

Assine o eh fonte

Tudo o que é essencial para estar bem-informado, de forma objetiva, concisa e confiável.

Comece agora mesmo sua assinatura básica e gratuita: