Fica para o ano que vem …
Quando o assunto fica complicado para resolver, a alternativa é postergar, e nada melhor que deixar para o próximo ano. Em alguns casos, não existe acordo; em outros, falta interesse, ou é uma decisão que depende de inúmeros fatores e deliberações de outras pessoas.
A novela mexicana de 2023, a escolha do candidato do União Brasil à prefeitura de Cuiabá, deve ter novos capítulos no próximo ano para segurar a audiência. Os dois pré-candidatos, o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho; e o deputado federal Fábio Garcia, ganharam visibilidade com meses na mídia propagando a disputa. O impasse pode ter um desfecho anunciado ainda nesta última semana do mês, Botelho está com pé no PSD, mas uma oficialização mesmo deve sair ano que vem.
Na cidade vizinha, em Várzea Grande, o impasse da pré-candidatura do atual prefeito, Kalil Baracat (MDB), é a escolha do seu vice. Isso porque a legislação impede que o atual vice, José Hazama (União), concorra novamente, pois ocupou o mesmo cargo na gestão da ex-prefeita Lucimar Campos.
Um dos nomes mais citados é o do empresário Dudu Campos, filho de Lucimar e do senador Jayme Campos (União). Mas nos bastidores essa hipótese vem sendo descartada pela família, já que, lá na frente, caso Dudu assuma a cadeira de vice de Kalil, impediria Lucimar ou Jayme de disputarem a eleição seguinte, de 2028. Jayme é estrategista, articulado, e faz o clã dos Campos perpetuar-se até hoje no poder.
O certo é que a campanha em Várzea Grande será marcada pelo debate em relação à falta de água, um problema crônico que chegou ao seu ápice. No entanto, uma real solução, novas estações de tratamento de água, a atual administração deixou, quiçá, para 2024.
Por falar em obras, a implantação do BRT (Ônibus de Transporte Rápido) na região metropolitana de Cuiabá está atrasada. Quando arrancaram todo o material do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), projetado para a Copa do Mundo de 2014, da Avenida da FEB em Várzea Grande, anunciaram que o trecho estaria todo concretado até 31 de dezembro.
Sem cronograma, é difícil que a obra esteja pronta no próximo ano. Existe um longo percurso a ser construído em Cuiabá, e com a briga política entre o prefeito da capital e o governador o avanço das obras fica travado.
Outra questão é a venda dos vagões do VLT e todo o material que não foi usado em 10 anos. Um gasto de R$ 1 bilhão que o povo pagou, por meio de impostos, e ainda não teve retorno, apenas dor de cabeça.
O secretário da Casa Civil da Bahia, Afonso Florence, disse à coluna que estão avançadas as negociações com o Tribunal de Contas da União (TCU) e o governo de Mato Grosso. Segundo ele, em 2024, “com certeza” haverá uma definição, “podendo ser concretizado ou descartado” o negócio.
Um estudo do Ministério Público Federal apontou, na semana passada, 30 obras paralisadas ou inacabadas de escolas, quadras e espaços educativos em 28 municípios de MT. Somando outros setores, o TCU contabilizou 178 obras paradas no estado, de acordo com o último relatório.
Citei aqui algumas questões políticas e obras que afetam o dia a dia da população. Existem inúmeros outros pontos. A lista do que ficou para o ano que vem é grande.
Na política, o constante ‘disse me disse’ exige que estejamos atentos às entrelinhas de uma pré-campanha antecipada, já que teremos um ano eleitoral pela frente. No caso das obras, decisões postergadas e os projetos atrasados afetam a vida real das pessoas, impactando o desenvolvimento social e econômico de nossas cidades.
Fica a esperança de que, neste novo ano, os líderes e responsáveis pelas obras e decisões políticas façam menos marketing e reconheçam a urgência de agir.
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