Ministério confirma gripe aviária em galinha de subsistência em MT

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Um caso de gripe aviária foi detectado em uma criação de aves domésticas em uma propriedade no município de Campinápolis, em Mato Grosso, que já está interditada pelo Indea. O Ministério da Agricultura confirmou a informação neste sábado (7) e, desde ontem, domingo, começaram as medidas para erradicar o vírus e as ações de vigilância ao longo de um raio de 10 km do ponto do foco. Porém, neste entorno não há granjas comerciais.
Em nota, o Indea informou que agentes do órgão foram mobilizados para o município e realizam inspeções em todas as propriedades. Entre as medidas adotadas estão: a instalação de barreira sanitária para impedir o trânsito de animais, materiais e equipamentos; o abate sanitário das aves presentes na propriedade; e a desinfecção completa da área contaminada.
Vale observar que a restrição ao comércio internacional de carne e ovos do Brasil só é imposta nos casos em que o vírus aparece em empreendimentos comerciais. Até agora só houve um destes registros no país, em uma granja de Montenegro (RS). Lá, as aves foram sacrificadas e o espaço, as máquinas e os equipamentos, desinfetados.
Depois disso, começou a correr o período de 28 dias de vazio sanitário – baseado na duração do ciclo do vírus, conforme definição do Plano Nacional de Contingência do Mapa. E se não houver registro de novos focos da doença nesse intervalo, o Brasil poderá se autodeclarar livre da doença na região.
O Brasil é o maior fornecedor de carne de frango do mundo, sua produção chega a 160 países. Com o foco em Montenegro, as vendas foram imediatamente afetadas com a suspensão das compras por dezenas de países, conforme previsão dos protocolos sanitários internacionais.
Pela última atualização, no dia 4 de junho, o Ministério da Agricultura (Mapa) contabilizava 21 países que já deixaram de comprar carne de aves do Brasil inteiro. Nesta lista estão China, México, Iraque, Coreia do Sul, Chile, Filipinas, África do Sul, Peru, Albânia, Canadá, República Dominicana, Uruguai, Malásia, Argentina, Timor-Leste, Marrocos, Índia, Sri Lanka, Macedônia do Norte e Paquistão, além da União Europeia.
O grupo que suspendeu as compras apenas do estado do Rio Grande do Sul é formado pelo bloco União Econômica Euroasiática (UEE – Rússia, Bielorrússia, Armênia, Quirguistão) e mais 13 países (Arábia Saudita, Kuwait, Reino Unido, Angola, Turquia, Bahrein, Cuba, Montenegro, Namíbia, Cazaquistão, Bósnia e Herzegovina, Tajiquistão e Ucrânia).
Já quatro países – Emirados Árabes, Japão, Catar e Jordânia – bloquearam somente o município de Montenegro. E uma das estratégias em curso do governo brasileiro é buscar com os parceiros comerciais a regionalização destes bloqueios para minimizar o impacto econômico para todo o país.
Desde que o vírus entrou no Brasil, há dois anos, foram analisadas mais de 450 suspeitas e, destas, cinco foram confirmadas, quatro delas em aves de subsistência (Campinápolis incluído) e um do empreendimento comercial em Montenegro.
Com o vírus circulando, os cuidados com a biossegurança devem ser reforçados, seja em criações comerciais ou em propriedades de subsistência. O Indea orienta para a observação atenta das aves e, se houver mudanças comportamentais ou morte súbita, os órgãos competentes devem ser imediatamente informados. E vale lembrar que as autoridades sanitárias sempre reforçam que não há risco para a saúde humana o consumo de carne de frango e de ovos.
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